Nando Cunha sobre o poder da arte: “Me transformou num ser humano melhor”
Após entrar para calçada da Fama no Festival de Gramado, considerado o Oscar Brasileiro, no último final de semana, o ator Nando Cunha retorna oficialmente para a TV Globo, após sete anos afastado da emissora. Com 30 anos de carreira e consagrado referência para a nova geração de atores, o carioca, que acaba de completar 65 anos, dará vida ao personagem Joel em ‘Travessia‘, nova novela das nove que entrará na programação da emissora no lugar de ‘Pantanal’.
Atuando em diversos filmes em cartaz neste ano, como ‘Barba Cabelo e Bigode’, que nas últimas semanas entrou para o Top 10 Global de filmes de língua não-inglesa da Netflix, onde interpreta o PQD, namorado da protagonista interpretada por Solange Couto. O ator ainda estreia no segundo semestre no cinema com ‘Nas Ondas da Fé’, com direção de Felipe Joffily. Em ‘Os Vizinhos’, que estreia na Netflix em 1º de setembro, Nando interpreta o dono da Escola de Samba onde se passa a trama. Já em ‘Suburbanos’ ele dá vida a personagem Dinda.
Honrando todo seu legado ancestral, Nando tem uma trajetória consolidada na TV, é ganhador do Kikito de Ouro na categoria Melhor Ator também no Festival de Cinema de Gramado pelo filme ‘O Novelo’, do ano passado, e pelo curta-metragem ‘Teleentrega’, de 2017, ainda se prepara para estrear ‘Um Natal cheio de graça’ e ‘Mussum O Filmis’, que também serão lançados esse ano para a Netflix. Além de ‘Nosso Sonho’, sobre a vida da dupla musical Claudinho e Buchecha, o ator segue gravando.
Nando Cunha: arte é transformação
Sobre o quê o cenário artístico representa na sua vida, ele destaca. “A arte, para mim, significa transformação, crescimento e dignidade. Ela me transformou num ser humano melhor. Ela muda vidas. Transforma as pessoas. Muda um país, o lugar onde você mora e as pessoas ao redor. Ensina a ter respeito pela diversidade e pelas diferenças. Sou muito grato”, disse Nando, que tem os atores Ruth de Souza, Grande Otelo, Milton Gonçalves, Léa Garcia e Antônio Pitanga como inspiração, além do multifacetado Abdias do Nascimento.
E, para os que estão começando, o ator acredita que resiliência é palavra de ordem, principalmente, aos artistas negros. “Sou muito exigente. Não nos dão a chance do erro, por isso me cobro muito. Fui muito rotulado como ator de humor e lutei muito para mudar isso e ganhar respeito na minha profissão que tanto amo. A cultura gera tanto emprego direta e indiretamente. Queria que as pessoas soubessem disso, no quanto ela muda e pode impactar. Espero que mudemos esse cenário político catastrófico e que possamos viver dias de luta e dias de glória”, concluiu.