Ainda mais engraçado e profundo, Divertida Mente 2 entrega piadas impecáveis e convida o público a se emocionar
Você se lembra da confusão mental que foi passar pela puberdade, quando seu mundo de repente pareceu virar de ponta-cabeça? Em Divertida Mente 2, Riley agora tem 13 anos de idade e precisa encarar os desafios da adolescência, mas isso implica o surgimento de novas emoções. Além das já conhecidas Alegria, Tristeza, Raiva, Nojinho e Medo, a protagonista também enfrenta a Ansiedade, Vergonha, Tédio e Inveja. O Fofocas e Famosos foi convidado a assistir ao filme em primeira-mãe e vai te contar o que esperar da animação!
Quebrando a maldição das sequências, Divertida Mente 2 consegue ser ainda mais engraçado, cativante e emocionante que o primeiro filme. O público é convidado a sentir as emoções junto com Riley, sofrendo com os erros que a personagem acaba cometendo e torcendo para que ela encontre a melhor solução sem deixar que a Ansiedade a controle. E por falar nela, Tatá Werneck fez um trabalho espetacular de dublagem, trazendo o melhor da emoção doidinha, atrapalhada e inquieta. A comediante foi a escolha perfeita para o papel e surpreendeu com suas habilidades.
O filme começa com as novas emoções entrando na Central de Controle e se apresentando. Ansiedade é engraçadinha e arranca boas risadas com seu jeitinho maluco, a introspecção e fofura de Timidez [ na voz de Fernando Mendonça] cativa, o senso de humor ácido de Tédio [interpretada por Eli Ferreira] apresenta piadas bem elaboradoras e com fortes referências a gírias de internet, enquanto a Inveja [vivida por Gaby Milani] chega com olhinhos brilhantes que observam tudo e todos. Todas elas chegam causando mudanças na Central de Controle, criando novos espaços e funções e impondo suas ideias.
Aos poucos a Ansiedade vai adquirindo novos estágios, ficando cada vez mais elétrica e afastando as demais emoções. A Alegria perde sua força e acaba sendo deixada de lado no espaço em que reinava. Novos espaços surgem dentro da cabeça de Riley, que agora começa a construir uma nova personalidade. A jovem confiante agora tem muito mais medos e angústias, mas precisa se manter inteira para continuar com as amizades e conquistar o sonho de entrar para o time de hóquei que tanto admira.
Quando as novas emoções tomam conta, o espectador observa uma demonstração muito realista de uma crise de ansiedade e, consequentemente, também acaba se sentindo ansioso. Conforme os minutos passam, você se encontra chorando com Riley, sofrendo com suas dificuldades, se emocionando com suas conquistas e surtando com suas confusões.
Em meio aos momentos tensos, as piadas se apresentam com timings impecáveis e referências geniais que, em nenhum momento, falharam em arrancar risadas. O uso impecável do humor clássico de animações com as cenas cômicas, combinados às gírias e referências da internet, deu um toque especial. Além disso, também há uma quebra da quarta parede durante as cenas com os Segredos de Riley.
Se muitos temiam que a troca de diretores poderia afetar a qualidade, acabaram se enganando. Enquanto o filme de 2015 era comandado por Pete Docter, o de 2024 está sob direção de Jelsey Mann. Como toda boa produção da Pixar, há diversos easter eggs muito bem escondidos nas cenas, mas você terá que prestar atenção para ver cada um deles.
Algo que já havia sido dito sobre Divertida Mente e que se confirma agora, é que se trata de uma história complexa e muitas das mensagens podem passar desapercebidas por crianças, que podem não se identificar tanto com a trama quanto os adultos, que já experienciaram todas as nove emoções. Desta forma, parte da risada que a Ansiedade cria vem do fato de que o público a entende e sabe muito bem como ela funciona. Não é apenas um riso que vem do engraçado, mas um riso que vem da experiência.