Bumbum do Thor e filmes mornos: A fase 4 da Marvel
Desde que “Ultimato” foi lançado, a Marvel deixou as expectativas lá em cima para a próxima fase, que está rolando agora de várias maneiras. Sendo por séries ou por filmes, o MCU, ou Universo Cinematográfico da Marvel vem se expandindo para um grande horizonte, que não temos muita certeza até onde vai. Talvez para os fãs mais ligados nos quadrinhos, a direção é clara. Para os fãs mais casuais, que assistem apenas as produções tudo ainda é meio nublado. Vale destacar que existem muitas sagas de quadrinhos, e que muitos não sabem nem por onde começar. O fato é que se compararmos a saga do infinito e suas fases, essa está um pouco atrás, porque ainda sentimos a engrenagem da Marvel em colocar todos os “pingos nos is”, e os filmes estão servindo de pontes, entre o passado e o futuro.
NEM TUDO É RUIM
A fase 4 começou promissora, com grandes séries que serviram de pontes para outras produções. Podemos destacar aqui a ótima “WandaVision”, que começa fazendo uma grande homenagem as séries e sitcons dos anos 50 e 60, passeando até as mais modernas, como “Modern Family”, e no final entregando um desfecho bem Marvel: Somos apresentados a jornada de Wanda Maximoff, todo o seu processo terrível de luto, a criação do Hex juntamente com os gêmeos Billy e Tommy, que realmente existem, porém, em versões multiversair (já chegamos lá!). O final é meio “ok”, dá para entender mil e uma coisas, mas, o mais importante é que a Feiticeira Escarlate teve seu desenvolvimento e com isso, a cena pós créditos mostra Wanda praticando a magia do Darkhold, que serve de gancho para uma das produções mais aguardadas.
Outra série que vale destacar, e que é um dos pontos chaves é “Loki”. O então vilão, que está bem mais para um anti-herói, ganhou a série para chamar de sua. O Deus da trapaça apresenta o multiverso de vários pontos de vista, além de que, sua jornada é bem construída, abrindo brechas para diversos temas. O mais importante aqui é que a essência do personagem é preservada.
As grandes produções cinematográficas também têm seu lugar reservado. O ótimo “Shang Chi”, talvez um pouco subestimada, porém, de fato um dos melhores filmes apresentados até aqui, com toda a sua obra inspirada nas artes marciais. Outro super ponto é “Homem Aranha: Sem Volta para Casa”, que traz o multiverso do ponto de vista que Peter Parker não quer mais ser lembrado como o herói, e com isso somos servidos de fan-service de pura qualidade, onde Andrew Garfield e Tobey Maguire reprisam seus papéis como o super-herói, quando o universo está em perigo com todos os vilões das respectivas franquias voltam e ameaçam o bem-estar de todos os habitantes da terra. Ou seja: Um dos temas abordados nesta fase com frequência é o tal do multiverso. Em alguns, com um bom ponto. Em outros….
LEGALZINHO PARA BAIXO?
Os problemas começam quando vamos para as telonas. O primeiro alarme foi quando o tão aguardado filme de uma das heroínas foi lançado, e até hoje com grande polêmica, pois a Viúva Negra teve um filme que foi a despedida, após os acontecimentos de Ultimato, quando Natasha Romanoff se sacrificou para dar uma das joias do infinito, mais precisamente a da Alma, para sua equipe de Vingadores. Um momento que arranca lágrimas até hoje de qualquer fã do MCU. O seu filme solo foi morno, e serviu mais como uma homenagem do que algo que seria incluído mais para frente.
O grande problema são as expectativas talvez? Pois, se falarmos de grande espera temos um grande representante: “Dr Estranho no Multiverso da Loucura”. Me lembro de sair da sessão atordoado e aclamando, e criando mil teorias, mas, maturando o filme, e assistindo mais uma vez, eu percebi que existem certas inconsistências, e problemáticas nele. Bem como o roteiro frágil e inconsistente. O grande problema aqui é que existem várias tentativas de colocar o filme em um grande patamar, com seus visuais realmente deslumbrantes, mas, com a história o campo fica em outro lugar. O destaque vai para a atuação de Bennedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen. E na realidade, a vilã do filme é uma das poucas coisas que salvamos aqui.
É um pouco polêmico, mas, America Chavez (Xotchil Gomez) é uma das novas heroínas, que, por sua vez não é bem explorada, e tem um enorme poder. Ela pode viajar entre todos os universos, e mesmo que não saiba controlar, a sua existência é justificada pela corrida de “quem pega primeiro”, e no geral, é um pouco fraca, com muitos momentos em que os furos do roteiro ficam aparentes. É um filme dirigido por Sam Raimi, que entregou a trilogia “Evil Dead” e dirigiu os três primeiros filmes do Homem-Aranha, então, a maestria no horror está lá, existem cenas realmente incômodas, e jogam na nossa cara coisas aterrorizantes, tipo a morte dos iluminatis, entre outras. Mas, tudo isto é um plus, que deixa o filme mais legal, pela parte visual, e que peca servindo mais uma ponte do que um filme.
Outro que podemos colocar aqui é “Thor: Amor e Trovão”. Não esperava grandes coisas aqui, então, por isso, eu coloquei uma expectativa mínima, e por isso gostei mais do que esperava. O amor é um tema central aqui, e é explorado em todos os personagens, de uma maneira um pouco superficial, porém constante. O problema aqui é que realmente existe uma engrenagem, aonde o filme inteiro se resume nas cenas finais, e de certa forma esperada também. Ao contrário da maioria, ainda acho que Christian Bale entregou um bom Gorr, o difícil é que o humor é carregado aqui, então, em muitos momentos a gente enxerga um belo pastelão com visuais de tirar o folêgo, sem muito o que se apoiar, com um roteiro que você fala: “ Ah, é bacana”. Mas, esse é o problema, antes não eram filmes legais apenas, e sim, filmes que contavam uma história até o seu ápice. E aqui falta algo. Digo, um filme em que seu maior momento é o bumbum de Chris Hemsworth, que de fato é maravilhoso, não é lá um super filmão. Mas, ao contrário de Dr Estranho, este aqui eu assistiria de novo, para passar umas horas e dar umas boas risadas.
Por fim, precisamos falar sobre “Eternos”. Todo o marketing envolvido com um filme onde teríamos Angelina Jolie, Kit Harringtom ( Jon Snow de “Game Of Thrones), e um elenco enorme, é tão morno, que nem parece algo grandioso. Talvez este seja o problema aqui: É grandioso e ambicioso demais. Os personagens não tem um desenvolvimento claro, é difícil comprar a narrativa de todos eles, são muitos protagonistas para pouco tempo, e no fim é algo que a gente fica mais cansado do que animado de assistir.
TEM FUTURO VINDO AÍ!
“Ms Marvel” começou muito bem, se manteve numa constante, e terminou com um super gancho para “The Marvels”. Aqui, assim como em “Cavaleiro da Lua”, temos histórias com culturas diferentes, e que são uma das coisas mais consistentes, embora, o final seja a fórmula Marvel. As duas séries destoam bastante do que é muito bom, ou muito morno, porque abordam de maneiras diferentes e singulares seus heróis. E mesmo que a história de Kamala seja mais para ter uma ponte, é uma série refrescante, não é superpesada, e se der uma chance, você vai se apaixonar por algum dos personagens. Assim como “Cavaleiro da Lua”, que traz Oscar Isaac em um grande papel, mostrando toda a sua versatilidade e talento.
Ainda temos muito o que assistir para bater um martelo. “She Hulk”; “Guardiões da Galáxia Vol.3” e “Pantera Negra: Wakanda Forever”, então nem tudo está perdido. O fato é que espera-se que a Marvel comece a trabalhar mais em seus enredos e menos em girar todas as engrenagens, ou tentar fazer isso parecer mais suave, e que os enredos encontrem uma linha do tempo.
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