Diversão com responsabilidade: Magic Lazer e os conceitos da recreação

Se você é pai, mãe ou tem crianças pequenas, com certeza esses profissionais já estiveram presentes em sua vida. Hoje em dia, se tornou comum tanto em casas de festas, hotéis, ou mesmo em eventos próprios, a presença de uma equipe de recreação infantil, que além de estarem ali para animar e brincar com a garatoda, também acaba dando aquele sossego e tranquilidade para os adultos que querem aproveitar o momento para ficarem mais descontraídos e conversarem com os pais. Muitas vezes esses profissionais costumam ser jovens e que no pensamento de muitos estão ali apenas por gostarem das crianças e por quererem ganhar em um trabalho, porém, já parou para pensar em tudo que engloba esse trabalho? Desde seu reconhecimento pelo CLT até mesmo todo o treinamento que os profissionais passam.

Com curiosidade por mostrar os bastidores dessa classe trabalhadora e também trazer mais informações relevantes para os que queiram se tornar um ou apenas estejam curiosos, acabamos conseguindo uma entrevista com , CEO do Grupo Magic, uma das maiores empresas de recreação e eventos da América Latina.

Fundada em 2016, a Magic Lazer se deu a partir da união de vários recreadores que além de buscarem um reconhecimento maior pelo seu trabalho, acabaram conseguindo estabelecer um padrão de atendimento que vai desde o atendimento e relacionamento com adultos até mesmo grandes estudos para planejamentos de eventos nacionais e internacionais. Em entrevista, Victoria, ou ‘Tia Fiona’, como é conhecida pelas crianças, conta um pouco mais sobre como funciona os bastidores da recreação infantil e da organização dos seus eventos, que já conta inclusive com um currículo extenso e clientes ilustres, tais como o Rock In Rio e o Belmond Copacabana Palace no Rio de Janeiro. Confira a entrevista!

Com milhares de eventos no currículo e um modelo de negócios que auxiliou diversos profissionais a entrarem no mercado de entretenimento, a sua empresa acabou se tornando uma referência no segmento de recreação infantil. De onde veio a ideia e como foram os primeiros passos para o nascimento da Magic Lazer?

Nós estamos até para lançar um vídeo contando um pouco mais sobre a história da empresa, porém, ela surgiu há seis anos, mais a ideia, surgiu há bastante tempo quando eu ainda era freelancer. Eu rodava por muitos lugares e sempre tinha o meu método, sendo as coisas que acredito como profissional, como algumas regras que eu não era muito de acordo, uma postura profissional, algum favoritismo, algo que me incomodava. Durante minha trajetória, eu conheci muita gente boa, profissionais bem legais, porém, que não eram reconhecidos ou remunerados a altura do que eles faziam. Eu resolvi colocar um nome, eu já tinha minha agenda como autônoma, porém, decidi colocar um nome que veio na minha cabeça, e queria algo com unicórnio.

Decidi fazer uma camiseta escrita ‘Magic’ e desde então passei a ser representada por uma empresa, comecei a unir esses profissionais bons que conhecia do mercado para irem fazendo os eventos junto comigo. Nisso, o nosso network foi ficando maior no Rio de Janeiro, fiz uma festa do pijama, depois foram tendo outras. As mães sempre foram indicando e perguntavam se eu tinha uma equipe – confirmava ter, porém, ainda não tinha, e nisso fui chamando algum amigo meu. Gradualmente isso se profissionalizou, aumentou minha demanda como autônoma, e consequentemente a da Magic Lazer também. Acabei aproveitando muito esse início para investir bastante – um fotografo que era pago para ir cobrindo minhas atividades, um uniforme novo, equipe de marketing praticamente desde o início, porém, eles eram freelancers, e assim foi construindo.

Cada vez mais e cada ano que passa, eu busco sempre estar profissionalizando mais a Magic para que ela seja vista como uma empresa séria, uma empresa que tenha um plano de carreira onde seus profissionais podem ficar cinco ou seis anos e se tornarem monitores internos, palestrantes, passarem a ajudar na aplicação dos cursos. Foi basicamente isso, surgiu da necessidade de uma empresa que faça o que a Magic faz hoje, incluindo o nível dos profissionais, tratando inclusive com credibilidade, boa remuneração com prazo de pagamento, enviar todas as informações antes do evento. Os gestores geralmente queriam que os recreadores se profissionalizassem, porém, eles mesmos não passavam essas informações. Era tipo, vai lá fazer um evento no domingo com 12 crianças, mas nada tinha sobre a venda, sobre a mãe… Então, fomos mudando esse lado de pensar e há seis anos temos escalado essas questões e agora vai fazer três meses que somos um grupo de empresas, pois sempre fomos criando várias vertentes muito grandes dentro do marketing, desenvolvimento humano, treinamentos, todas essas questões que acabam se encaixando muito com a recreação.

Nós sabemos que assim como outras profissões aqui no Brasil, a recreação até hoje é vista por muitos como um trabalho ainda informal, sendo considerado apenas um ‘bico’ e que entre suas qualificações, está centrado apenas o gosto pelo mundo infantil. Como tem enxergado a evolução da sua profissão atualmente?

Como eu era uma profissional freelancer, queria um local bom para que eu trabalhasse, e mais do que isso, meu maior sonho era viajar a trabalho, era conseguir conhecer outros países e tudo mais, era ter essa oportunidade de outras empresas. Hoje a nossa empresa poder proporcionar isso, eu sinto que teve sim uma melhora significativa na seriedade que as empresas estão tratando seus profissionais.

O mercado vem sido conquistado por excelência, até por empresas do ramo mesmo, como a Rajan Animação que é um cara excepcional também, que ele tem a parte da cenografia, eventos de alto padrão… Então, a recreação, ela vem sido reconhecida também nos hotéis. Os hotéis que a princípio queriam algo básico foram vendo que os hóspedes voltam por conta da recreação, filho  que pede para mãe estender hospedagem por conta da recreação, e tudo isso aí vem sido mais reconhecido a partir de hoje, principalmente no pós-pandemia. Eu sinto que a Magic, querendo ou não, eu custei aceitar isso, mas, eu tenho certeza que a Magic teve um papel fundamental nessa profissionalização, porque por conta das redes sociais, das divulgações e tudo mais, muitas empresas principalmente aqui no eixo Rio-São Paulo passaram a melhorar a qualidade de seus processos de recrutamento, de treinamento e de plano de carreira, porque viram a gente fazendo e viram que nós temos uma equipe engajada mesmo no pós-pandemia.

A maioria dos recreadores eram freelancers, cada um seguia sua carreira e muitas equipes ficaram sem profissionais para atuar, então veio a Magic. As pessoas viram que deu certo comigo e começaram a aplicar em suas empresas. Então, sem dúvidas, o nosso plano de carreira foi um dos primeiros na área da recreação, principalmente na área da recriação e festas e eventos.

Na hotelaria, nós temos sido contratados em hotéis e resort renomados do Brasil inteiro para desenvolver planos de carreira para as equipes de lazer, porque não existia. Então, tudo isso vem sido parte dessa profissionalização que tem que partir do gestor.

Além de prestar serviços de recreação, o que muitas pessoas não devem saber ainda, é que o recreador assim qualquer outro profissional, também exige estudo e preparo para o serviço que presta, e nisso, você acabou criando um programa de treinamento e agenciamento para esses profissionais. Como funcionam esses treinamentos e quais sãos os conteúdos e técnicas desenvolvidas durante os cursos?

É bem interessante realmente, porque você vê hoje na carreira de recreação, tipo: ‘Beleza, tô aqui nos meus 18 anos e quero ser recreador. O que eu vou fazer primeiro? Vou começar na parte prática né?’ –  A gente nunca pensa na parte de estudo quando você quer ser um recreador. Então, pensando na parte prática, você vai rodar acampamento, tudo mais. Quais são as faculdades ligadas diretamente com recreação? Educação Física – mas, tem 1 semestre de 3 meses que fala sobre recreação, sobre dinâmicas mais voltadas para aulas de educação física. Pedagogia, que você entende sobre o desenvolvimento da criança, as suas faixas etárias, o que pode ser aplicado para cada faixa etária.

Então, dentro do ramo de graduações e formações, você precisa criar a sua especialidade e é depois da sua graduação, que vem uma recreação muito rasa, você tem as especializações e dentro delas existe uma sobre recreação, lazer e entretenimento.

Depois que você fizer uma universidade, você consegue buscar conteúdo. Agora, se você é um recreador de 18 anos que tá querendo se especializar você não encontra conteúdos específicos da recreação e principalmente do que está mais em alta dentro do mercado da recreação.

Você pode encontrar conteúdos online, coisas muito antiquadas, então a gente precisa atualizar com as crianças pós-pandemia quais são os tipos de processos, qual estilo de eventos que os pais têm esperado, qual é a forma de pensar do pai no pós-pandemia. Hoje no nosso processo de agenciamento, basicamente são pessoas que se inscrevem para trabalhar conosco, dentro desse processo de inscrição, durante o processo de treinamento nós temos três etapas. Abordamos algumas temáticas com eles, normalmente trabalhamos muito em cima de soft skills e hard skills que são habilidades técnicas e comportamentais. Aqui na Magic, a gente foca mais nas habilidades comportamentais: pontualidade, responsabilidade, comprometimento, amor ao que se faz e estar presente inteiramente. Tudo isso são habilidades que a pessoa tem como ser humano, tais como caráter, profissionalismo e tudo mais.

A técnica, ela vem com a prática e através dos nossos treinamentos, então esses treinamentos eles têm um processo de entrada na empresa, onde participa de um ou dois eventos como trainner, três eventos como estagiário, para depois ele vira um monitor.

Durante esse processo de treinamento e estágio, a gente diz ser um treinamento prático, porque ele vai observar, vai ter que praticar com as crianças que já estão ali. A recreação é muito prática, é difícil um curso de recreação explicar exatamente como é a execução de um evento, porque na hora acontecem milhares de coisas e quanto mais você faz melhor, você fica naquilo, por quanto mais situações você se depara, você tem que solucionar, e aí você vai ficando mestre com o que você faz. Os nossos treinamentos são muito voltados para isso.

Na parte burocrática e interna, falamos sobre as normas e procedimentos e tudo mais, além das partes técnicas que normalmente a gente faz uma vez a cada três meses, um presencial com a equipe inteira, onde a gente aborda temas que eu sinto que durante os eventos, a gente tá com dificuldade, tais como playlist de músicas, animação de palco, falar no microfone, criação de grandes jogos imersivos. Às vezes eu aplico um treinamento só de oficinas, então vejo que o meu time está precisando melhorar, o storytelling, tudo mais a gente dá nesses treinamentos específicos.

Então, hoje, a gente proporciona esses cursos dentro da nossa carreira interna. Quando a gente fala de pessoas que buscam esse aperfeiçoamento, nós estamos terminando de construir um curso que vai ser um curso online no Hotmart. Ele vai ser o módulo 1 para quem quer saber mais sobre o mercado da recreação e vai falar sobre vários pontos. Tirando isso, tem a parte dos hotéis e dos treinamentos particulares, onde, por exemplo, tem uma equipe de 10 pessoas e queria fazer um treinamento. Eu e minha responsável por desenvolvimento humano elaboramos um treinamento que pode ser presencial ou online. A gente tentou alguns perfis online dependendo do estilo, deu certo, mas aquele presencial com mais de 10 pessoas para a gente conseguir realizar uma prática todo mundo junto, sentindo o calor humano, foi totalmente diferente. Então, esses são nossos estilos de treinamento e agenciamento que fazemos hoje.

A respeito da sua carreira como recreadora, poderia nos contar um pouco mais sobre como essa profissão chegou até você e como ela transformou a sua vida, tanto em visão de mundo como em objetivos profissionais?

Quando eu fiz 18 anos, meu sonho era trabalhar em acampamento. Nessa época, enquanto saia meu resultado da faculdade, eu já fiz a minha inscrição, tinha 17 anos. Isso foi no final de 2015, se eu não me engano, e aí eu já trabalhava com festas infantis, então, já gostava do negócio, mas eu nunca imaginei que seria a minha profissão.

Com o passar dos anos, não imaginava, porém, sempre gostei da comunicação, criação publicitária, então queria seguir isso. Fiz acampamento, gostei muito, nesse meio-tempo passei na UFRJ em Educação Física. Fiz um tempo, tranquei, passei na federal de Ouro Preto, fiz jornalismo e depois tranquei. Tudo isso porque eu sigo muito o meu coração e eu queria publicidade, e eu não consegui passar em nenhuma federal ou queria continuar fazendo o que eu gostava. Eu sempre gostei de ter o meu dinheiro também, então, por essas universidades, eu não conseguia muitos trabalhos ali naquelas regiões.

Apesar de ser no Rio de Janeiro, a recreação nessa época  de 2017/2018, era só empresa que pagava bem mal e eu não conseguia encontrar alguma oportunidade específica no Rio. Nisso, eu fui desistindo e fui seguindo na parte da hotelaria. Trabalhei bastante em acampamentos durante uns quatro anos. Aprendi a desenvolver microfone, liderança de equipe… Gostava muito de eventos no geral, qualquer tipo de evento, então teve uma época que fiz rali para Mitsubishi, viajei para alguns estados, então, meu negócio era viajar a trabalho e mexer com coisas de eventos e tudo mais. Acaba que a bagagem da recreação lá ajuda nesses outros setores para onde você for. Se você for médico, a bagagem da recreação vai te ajudar dentro da sua apresentação de trabalho na faculdade, ser uma pessoa mais comunicativa, vai ter uma dicção melhor, vária pontos aí que acabam ajudando.

Nesse meio do caminho, queria muito viajar para fora, fui fazer um curso com Amaze Travel, fui a primeira mulher animadora da Amaze. Queria ir para Cancún, eles tinham um pacote que os monitores também iam e não para com quem era meio difícil. Era bem concorrido, não conhecia ninguém, fui na cara e na coragem, mas fui fazendo um bom trabalho. Nesse treinamento, eu conheço Eliana Mazieiro, uma palestrante que até compareceu nos últimos treinamentos, e ela me fez dar uma mudança muito grande, porque eu estava naquela fase de pressão familiar – ‘Você não vai fazer faculdade?’, ‘Não vai estudar?’, ‘Vai ser palhaça até quando?’… Era isso que eu escutava, e isso traz mesmo uma grande insegurança, porque realmente o mercado da recreação nunca foi reconhecido como uma profissão. Em uma mesa de jantar, você diz ser recreador, não dá certo e cospe a água de dar risada.

A Eliana começou na recreação, formou em turismo e fez coisas incríveis na vida dela, e hoje ela dá essa palestra motivacional que também trabalha habilidades comportamentais. Esse momento foi uma mudança de chave incrível, porque vi como a recreação tem um leque muito grande e que quando você toma a decisão de fazer, se for muito bem feito, as coisas vão sendo construídas. Estamos abrindo um mercado que não existia antes, e isso muitas pessoas fizeram nas suas expectativas áreas: Steve Jobs que todo mundo achou que ele era um louco, Ray Kroc do McDonald’s também. Acabei me baseando muito nessas histórias de sucesso também.

Nunca sei se está muito dentro da normalidade ou no caminho da inovação, sempre busquei seguir esse caminho da inovação e fazer o meu, nunca liguei muito para o que os outros falam, porém, tive essa pressão e aquele desconforto de nem você saber direito o que está fazendo. Eliana me deu esse clarão, comecei a seguir mais, me formei em guia de turismo que era um curso mais rápido que foi o nacional e América Latina, o que me motivou bastante. Gradualmente fui estudando mais sobre empreendedorismo, recursos humanos, apliquei alguns treinamentos mais regionais, tudo isso até criar a minha confiança de expor meu próprio conhecimento. Às vezes achamos que vamos dar curso, porém, não temos tanto conhecimento para isso. Logo fui percebendo que o conhecimento que tinha adquerido ao longo desses anos como começou muito nova, eles agregavam valores para as pessoas que estão começando agora. Não tem data ou época certa para você começar na carreira que quiser. Foi aproximadamente essa a minha trajetória até ter essa mudança de chave.

Atualmente tenho focado muito no meu aperfeiçoamento, gosto muito da hotelaria, então, fiz um curso agora no exterior, fiquei 3 meses em Cancún, foi voltado para hotelaria e gestão de projetos, foi algo que me encantou muito, e não quero parar por aqui. Quero melhorar a minha parte técnica mesmo, consequentemente melhorar os meus cursos e sempre complementando com a Danielle Alcântara, que traz a parte de desenvolvimento humano e ela é que traz essa bagagem acadêmica, que era uma coisa que eu não tinha. Eu trago coisas da vivência, da criatividade, da inovação, do empreendedorismo, mas eu não tinha bagagem acadêmica, então a Dani foi uma complementação perfeita para os nossos treinamentos. Ela é pós-graduada, tem MBA, tudo voltado para essa área de desenvolvimento humano, de infância, de gestão de projetos e tudo mais. Acredito que a gente tenha ido linkando os ramos com a vivência da recreação.

Algo que sempre temos observado, tanto em hotéis, casas de festas e aniversários, é que a grande maioria dos profissionais que trabalham com animação infantil, é em sua maioria pessoas de faixa etária jovem. Em um país onde as oportunidades de emprego estão cada vez mais complicadas, a recreação pode ser um bom caminho para as novas gerações de trabalhadores? O que é preciso para se tornar um recreador e quais são os caminhos a serem seguidos?

Sem dúvidas, acho que a recreação é um ótimo início de carreira para os jovens. Normalmente a gente exige só que as pessoas tenham mais responsabilidade e comprometimento com essa carreira. Apesar de ser uma coisa freelancer, você tem essa mobilidade de poder gerir a sua agenda. É um trabalho que dependendo de onde você vive, dá para começar a ir conciliando com seu ensino médio.

Eu comecei com 15 anos a fazer a festas. Era no final de semana e sempre que batia os meus horários, eu fazia esses eventos e ganhava por dia R$ 50,00 ou R$ 60,00, mas para mim já era um sucesso. Então é um ótimo início de carreira. Eu recomendo para quem esteja começando, procurar primeiro, eu tenho até um vídeo no YouTube falando sobre isso, justamente como iniciar na recreação, mas eu recomendo primeiramente que a pessoa inicie com empresas regionais para começar a ter uma bagagem de experiência, independente do seu tamanho, procure algum buffet, alguma empresa que seja de brinquedo ou algo que, seja em cada parte da recreação para você conseguir fazer freelancer que valorize mais seu currículo.

Veja quais habilidades você está executando, seja numa fiscalização de brinquedo, por exemplo, você está supervisionando a cama-elástica, você não vai colocar no seu currículo que ‘está olhando cama elástica’, você vai colocar ‘contato com crianças em festas infantis, organização e montagem, desmontagem de brinquedos e atividades para festas’. 

Você valorizar aquilo que está fazendo também, não diminuir, mas engrandecer. Acredito que o primeiro passo é esse: começar com as empresas regionais e praticar muito seu soft skills, as coisas que você já tem, são coisas que não exigem talento, tais como responsabilidade, pontualidade, produtividade, bom senso, todas essas questões.

Uma curiosidade em relação ao grande leque que a Magic Lazer vem ofertando para o público, está os trabalhos internacionais prestados pela empresa, tais como o acompanhamento particular e viagens e os recreadores bilíngues. Como que nasceu a ideia de se expandir para esses segmentos que vão além dos simples eventos e como costumam ser as demandas e necessidades desses serviços que acabam se tornando algo mais ‘particular’ em relação às crianças?

Sobre serviços internacionais, como eu disse, faz muito parte da minha história, essa motivação através de viagens. Foi uma coisa que eu sempre quis fazer para mim aqui, sempre foi um dos meus objetivos como empresa foi abrir oportunidades internacionais para esses profissionais.

Uma coisa que motiva demais a minha equipe  e que me motivava também até hoje e sem dúvida é que foi sendo aberto esse leque de oportunidades.

Com essas viagens ao exterior, eu fiz primeiras visitas técnicas e tudo mais, vi que realmente, o que a gente faz aqui no Brasil é bem diferenciado referente a outros países. A recreação aqui ela é bem diferente. As crianças, no fundo, criança são iguais, mas a cultura das crianças de outros países também não, ela não tem essa recriação de 4 horas, gincanas. Eles são bem mais tradicionais nas suas atividades e aplicações do que a gente. Nós somos muito criativos em vários ramos, na gastronomia, os nossos chefes são muito criativos, fazem várias misturas e tudo mais.

Acho que isso vale também para recreação. Quando você analisa o ramo de entretenimento em navios, você vê que isso é global. No meu último navio que fui participar, era uma rota no Caribe, o chefe do navio era brasileiro, o gerente de entretenimento era brasileiro e também 60% dos bailarinos e artistas de teatro eram brasileiros.

Então, é nítido que o brasileiro tem algo voltado entretenimento, a criatividade e ao talento que se destaca perante aos outros. Sem dúvidas, isso aí é um ramo que a gente está abrindo e é um dos meus objetivos hoje.

A Magic Lazer que são festas, eventos e recreação passa a ser apenas um braço de um grupo que trabalha com coisas muito maiores. Trabalhamos, na verdade, com profissionais capacitados que podem servir qualquer tipo de serviço, principalmente relacionado ao atendimento ao cliente e relacionamento com o público.

‘Eu quero um pessoal legal para fazer divulgação no Rock in Rio com panfletos’, eu vou ter gente que sei que encaixa dentro disso. O nosso ramo de promoção não é tão grande, foi só um exemplo. Mas, por exemplo, essa viagem que a gente fez a Bariloche recentemente, foi um grupo de colegial que precisavam de monitores que fossem animados, mas que sejam responsáveis, e nós levamos seis profissionais, então,  acaba que conseguimos ir capacitando esses profissionais para ir abrindo esse leque de oportunidades.

Em relação aos tipos de eventos e a grande variedade de faixas etárias que vocês atendem, percebemos através dos serviços de vocês que para cada evento, existe um planejamento especial de atividades e cronograma, tanto em questão das atividades propostas (brincadeiras, jogos, atividades artísticas…), como na própria organização do evento. Poderia nos contar mais sobre como são feitas essas analises e em que são baseadas? Existe um estudo e uma preocupação profunda de pedagogia na organização de vocês?

Na verdade, a personalização hoje, eu não acredito que seja um estudo muito profundo. A gente tem parte de desenvolvimento infantil, sabemos hoje o que funciona e o que não funciona para cada faixa etária. Normalmente dividimos de 3 a 6 anos, 7 a 12 e acima de 12 anos, que já é um público mais adolescente, porém, esse último público, acredita que a partir dos 11 anos, algumas crianças já se encaixam.

A personalização vai muito pelo que o cliente quer, então, buscamos sempre ouvir o cliente para entender os estilos e o que eles querem às vezes a mãe diz uma coisa e a criança diz outra totalmente diferente. Buscamos ouvir a criança e baseamos e adequamos as nossas atividades para aquele estilo de trabalho.

Falando ainda sobre a questão do ‘Personal Kids’ e dos serviços de acompanhamento, essas viagens nacionais e internacionais acabam sempre requisitando uma maior atenção em questões de logística, segurança e ao mesmo tempo promover a diversão das crianças a todo o momento durante o projeto. Como são as estratégias e treinamento de vocês para lidarem como esses eventos?

Normalmente o acompanhante que é o personal kids, são viagens feitas com menos crianças, normalmente até cinco crianças e até menos, a minha para Portugal foi para uma criança só – uma criança e um bebezinho, então foi bem tranquila. Foi uma das primeiras viagens internacionais da Magic.

Acredito que o treinamento que a gente dá para nossa equipe interna, ele serve para qualquer tipo de trabalho, porque se a pessoa tem responsabilidade e comprometimento no que faz, ela vai realizar um bom trabalho.

Com formação em turismo e mais de 13 anos na área de recreação, você coleciona um vasto portfólio de empresas atendidas que vão desde hotéis até grandes empresas, como foi a organização do Rock in Rio, o que já não foi um projeto dedicado 100% para o seu público atual. Você chega a sentir falto desses outros tipos de projetos? Em que está concentrado o seu foco atualmente?

Esses projetos, eu ainda os executo, e com essa mudança para o Grupo Magic, a gente está conseguindo abranger mais esses tipos de projetos. Esse ano também vou trabalhar no Rock in Rio novamente como autônoma. Tenho um contato lá com o pessoal da produção e aí vou trabalhar em um dos setores de uma coisa que eu amo, e sempre arrumo um espaço na agenda, nos eventos, sempre me organizo para que eu consiga comparecer nesses eventos sempre que abri a oportunidade também. 

Esse ano já vou com outra visão, já no próximo quero tentar inserir mais pessoas da minha equipe em conjunto, vamos sempre trabalhando para conseguir crescer com esse estilo de projeto. Atualmente estou focando muito em minha capacitação profissional na parte técnica e na preparação de projetos de treinamentos, principalmente voltados para outras equipes. Temos melhorado e conseguido sair só da equipe de lazer e indo para outros tipos de times também. Hoje temos treinamentos elaborados que vão para a área da comunicação, gestão de talentos, resolução de problemas, estratégias. Essas atividades servem para qualquer tipo de equipe, por isso temos voltado bastante para essa parte de treinamentos.

Agora em setembro, será a primeira vez que iremos abrir o nosso estúdio para realização de um treinamento presencial para pessoas de fora, porque normalmente nosso estúdio só era aberto para pessoas que trabalhavam conosco. Vai ser a primeira oportunidade para quem quiser se aperfeiçoar. É um treinamento mais voltado para gestores, pois vamos falar sobre gerações, imersão em oficinas, então, geralmente quem investe nisso são pessoas que já tem a sua própria empresa. Vai ser uma oportunidade bem legal.

Atualmente, a Magic Lazer, contém um vasto grupo de profissionais de diversos perfis disponíveis para os clientes. Essa questão da diversificação de perfis costuma influenciar bastante na escolha pelos clientes? Qual você acredita que seja o perfil ideal para cada um e porque existe essa diferença?

Na verdade, atualmente o nosso cliente não tem acesso aos perfis de monitores que nós temos hoje. A não ser quando o cliente já venha pedindo alguém, por exemplo, ‘eu quero a Tia Vibes’, ‘quero a Nesquik’… Se o cliente não vem com esse nome, quem faz a gestão desses talentos, quem vai para onde, é a nossa equipe interna.

Temos o nosso setor de RH, ele analisa as habilidades de cada um para irmos sempre nos complementando, se temos um que é mais agitado, vou colocar um que é mais tranquilo junto, para sempre irmos equilibrando. Do mesmo jeito que os recreadores não são iguais, eu também não quero criar uma padronização nisso. O que eu quero é padronizar normas e procedimentos.

Se na Magic ninguém pode ficar com a mão no bolso, nenhum desses profissionais vai ficar também, porém, cada um vai ter o seu estilo de abordagem, comunicação, trabalho e isso é ótimo, porque as crianças também não são iguais. No mesmo jeito que uma criança se identifica com um tio que é mais agitado, tem uma que vai se identificar com o tio que é mais quietinho também. Focamos bastante nisso e esse setor de RH ajuda muito em saber cada tipo de perfil para cada estilo de evento.

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