Morre o músico João Donato, pioneiro da Bossa Nova
Morreu na madrugada desta segunda-feira, 17 de julho, no Rio de Janeiro, o músico João Donato. O músico teve uma série de problemas de saúde. Recentemente, ele teve uma infecção nos pulmões. A informação foi confirmada por familiares à TV Globo.
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Músico pioneiro da bossa-nova, é um dos responsáveis por popularizar a música brasileira no exterior. João Donato atuou ao lado de grandes nomes do jazz internacional como Mongo Santamaría, Chet Baker, e Bud Shank. Nascido em Rio Branco no Acre, João Donato desenvolveu um amor pela música desde muito cedo.
O paraíso de Donato era o Acre, onde nasceu em 1934. Aos 5 anos, ganhou seu primeiro instrumento de verdade (um acordeão) e logo depois já se comportava como um veterano dos palcos.
Aos 8 anos, compôs a primeira música. Aos 12, resolveu viver sua primeira aventura musical: inscreveu-se no programa de Ary Barroso na Rádio Cruzeiro do Sul.
Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro com a família, onde começou a tocar em festas de seu colégio. Numa delas, conheceu o grupo Namorados da Lua e fez amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.
Quatro anos depois, já atuava em jam-sessions realizadas na casa de Dick Farney e no Sinatra-Farney Fan Club, do qual era membro.
Iniciou sua carreira profissional em 1949, como integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional, com o qual gravou, nesse ano, um 78 RPM contendo as canções “Brejeiro” (Ernesto Nazareth) e “Feliz aniversário” (Altamiro Carrilho e Ari Duarte).
Em seguida, substituiu Chiquinho do Acordeon no conjunto de Fafá Lemos em apresentação na boate Monte Carlo, no Rio de Janeiro. Atuou depois em outras casas noturnas, como Plaza, Drink, Sachas e Au Bom Gourmet.
Em 1953, formou seu próprio grupo, “Donato e Seu Conjunto”, com o qual lançou, nesse ano, dois discos em 78 RPM: “Tenderly” (J. Lawrence e W..Gross)/”Invitation” (Bronislau Kaper) e “Já chegou a hora (Rubens Campos e Henricão)/”You Belong to Me” (Pee Wee King, Stewart e Price).
Fez parte do grupo “Os Namorados”, com o qual gravou três discos em 78 RPM: “Eu quero um samba” (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida)/”Três Ave-Marias” (Hanibal Cruz), em 1953; “Palpite infeliz” (Noel Rosa)/”Pagode em Xerém (Sebastião Gomes e Alcebádes Barcelos), em 1953; e “Você sorriu” (Valdemar Gomes e José Rosa)/”Não sou bobo” (Nanai, Ari Monteiro e L. Machado), em 1954.
De paletó vincado, gravatinha, sapato de verniz e glostora no cabelo, João Donato tinha um pouco mais de um metro e meio de altura, mas achava que já era gente grande. O compositor de “Aquarela do Brasil” pensava diferente. Ele checou a idade do calouro na ficha de inscrição e mandou riscar seu nome do programa antes mesmo da apresentação. Ary não gostava de meninos-prodígios. Dizia que eram crianças velhas.
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