Músico é preso injustamente pela segunda vez: ‘É muito revoltante’
O músico Luiz Carlos Justino foi preso pela segunda vez pela polícia do Rio de Janeiro. O artista, que está com 24 anos, foi parado por uma blitz na noite de segunda-feira enquanto voltava de uma partida de futebol com amigos e levado ao 79ª DP (Jurujuba).
Vale lembrar que ele foi preso em 2020, quando ficou detido por cinco dias injustamente por um assalto à mão armada que não cometeu. Durante a blitz, uma consulta ao sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça, ainda constava um mandado de prisão em aberto para o músico ainda sobre o antigo caso.
“Mandaram a gente botar a mão no capô do carro e verificaram a documentação de todo mundo. E, nesta, me conduziram até à delegacia. Eu tive, de novo, que comprovar que eu não sou um bandido, que eu não sou um vagabundo. Prometeram pra mim que iam dar baixa nos meus processos porque eu consegui comprovar que eu não tinha nada a ver com o que eles estavam falando. E me prometeram que eu não precisava nem que falar que eu tinha passagem pela polícia. Ontem eu tive que falar. E ninguém consegue me explicar. Isso aconteceu comigo de novo agora que eu tava me recuperando. Isso poderia ter acontecido com qualquer pessoa, mas é muito revoltante”, contou o violoncelista em vídeo.
O advogado do músico entrou com um pedido na 2ª Vara Criminal de Niterói para o nome de Luiza Carlos Justino seja retirado imediatamente do sistema e a Justiça aceitou.
“A gente quer crer que, com a retirada do nome dele deste banco de dados, esse tipo de abordagem não acontecerá mais. É muito danoso para a vida do Justino, que é um músico, um cara completamente integrado à comunidade onde vive, dedicado às atividades da Orquestra da Grota, ficar sendo sucessivamente sendo submetido a este tipo de abordagem policial, por vezes ostensiva, agressiva, violenta e absolutamente desnecessária. A gente espera que este evento não se repita mais de agora em diante”, afirmou o advogado Rafael Borges à TV Globo.
Vale ressaltar que, após o ocorrido, o nome de Justino não aparece mais no Conselho Nacional de Justiça com relação ao mandado de 2017.
Após o constrangimento, o mandado de 2017 já não aparece mais no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
A Polícia Civil afirmou que não consta mandado de prisão em aberto e que Justino foi conduzido à delegacia e liberado após a consulta. Já o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro afirmou que ele foi absolvido e que a foto dele foi retirada do álbum de suspeitos da delegacia e que o processo foi arquivado.
A Orquestra da Grota, da qual o músico faz parte, lamentou o ocorrido.
“O Espaço Cultural da Grota se solidariza com o violoncelista Luiz Carlos Justino, músico profissional da Orquestra da Grota que, mais uma vez, foi arbitrariamente conduzido a uma delegacia de polícia após uma abordagem policial e impedido de se comunicar com o meio externo enquanto esteve sob custódia.
Justino já havia sido vítima desse mesmo tipo de ação em 2020, após ser erroneamente reconhecido como assaltante por uma fotografia sua que constava de um livro de reconhecimento mantido pela Polícia Civil, sem que ele jamais tivesse se envolvido em qualquer tipo de ocorrência. Essa aberração da Justiça o fez passar cinco dias preso e o obrigou a aguardar por nove meses até que fosse absolvido sumariamente, num caso que teve ampla repercussão nacional.
Mesmo após toda essa situação, no dia de ontem, Justino foi mais uma vez vítima dessa mesma prática, enquanto voltava de um jogo de futebol com outros músicos da Grota.
Já estamos em contato com os advogados e oferecendo ao nosso querido Luiz todo o suporte necessário. Vamos até o fim na apuração desse caso, para que uma atrocidade dessas não se repita.
Neste momento, Luiz está em casa, sendo amparado pela família e os amigos, se recuperando, mais uma vez, de uma grande injustiça”.
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