Samuel Rosa fala sobre novo álbum e início de carreira solo: – Era hora de seguir um caminho novo

Novo álbum na área! Samuel Rosa, ex-integrante da banda Skank, lançou seu primeiro álbum solo, Rosa, no dia 27 de junho, e já está disponível em todas as plataformas digitais! Em coletiva de imprensa e conversa com o Fofocas e Famosos, o cantor falou sobre a tomada de decisão de seguir carreira solo e compartilhou detalhes sobre o lançamento. 

Samuel conta que sentia que os 30 anos de Skank foram incríveis, e estava com a sensação de missão cumprida com a banda. Visto isso, ele alega que esse foi o motivo que o incentivou a buscar novos caminhos e iniciar um novo projeto.

– Achava que o ciclo do Skank estava cumprido, muito bem cumprido, foram três décadas, era a hora de seguir um caminho novo.[…] A partir daí, eu, já com a nova banda, coloquei na estrada, com o intuito de continuar trabalhando, nunca parar. Eu acho essencial estar na estrada, me testar como artista do palco, que eu sou, acho que é instigante, é uma coisa que me motiva a me faz caminhar. E, ao mesmo tempo, a gente foi criando uma espécie de identidade, conexão, que eu achava que eram fundamentais para gente, agora, no início desse ano, começar a criar. 

Em seguida, o cantor elogia os companheiros da nova jornada e diz que não imaginava banda melhor: 

– Eu sabia que eu precisaria de uma banda muito coesa, assim como eu tinha no Skank, para transformar aquilo que seriam minhas novas composições em músicas novas. E a perspectiva é que eu conseguia e algumas vezes tive sucesso ao longo desses 30 anos de carreira. Minha intenção é essa, de pôr esse trabalho agora na estrada, e isso é uma das maiores realizações que eu tenho, quando eu consigo compor uma coisa e essas músicas podem ter um destino de se tornarem músicas populares para que eu possa cantar com as pessoas, para que eu possa continuar viabilizando minha carreira.

Para ele, o sentimento de estar na tomada de decisões sozinho e dar a palavra final foi algo diferente. 

– Uma banda é diferente. Uma banda, você se submete toda e qualquer decisão ao grupo de quatro integrantes, no caso do Skank, cinco, porque o Fernando Furtado, nosso empresário, é um fundador do grupo, junto comigo. Então eram os cinco cabeças pensantes. E… foi um trabalho incrível, né? Eu acho que o resultado foi muito satisfatório. Mas chegou uma hora, que eu achei que, encerrou um ciclo. Agora é outro. Não cabe mais para mim, na atual conjuntura, esse tipo de divisão, o escalonamento que há dentro de uma banda, que é normal, é uma democracia, você tem que submeter tudo sempre ao gosto de todos. Agora, cumprido esse ciclo, tá na hora de eu me resolver comigo mesmo. 

Samuel diz que teve vontade de ter essa responsabilidade e adorou poder ter autonomia sobre seu trabalho. 

– Me deu vontade de ter mais as rédeas na mão, de ser dono das minhas próprias escolhas, responder por elas, erros e acertos, tome as decisões sozinho. Eu quero virar essa força, vamos dizer, esse grande movimento, essa energia que faz a gente caminhar e faz a gente querer criar, eu quero seguir com eles, assim, sozinho, respondendo por tudo, tomando as decisões. Acho que já foi tempo suficiente de estar com outras pessoas. pessoas mas aí ironia do destino paradoxalmente né a gente acaba se vendo dentro de uma outra banda como eu falei eu não sou um tipo de artista músico que vai entrar para o estúdio e fazer um disco sozinho eu não tenho condições para isso né não me vejo capacitado para isso então preciso de uma banda. E eu consegui, com minha sorte, conseguir uma banda muito bacana pra estar comigo agora, que divide as coisas comigo, divide os arranjos e tal. Mas não as decisões finais.

Ele também compartilha que tem um pouco mais dele no disco: 

– Tem um pouco mais de mim no disco, assim, vamos dizer, em músicas sem parceiros, né? 40% do disco é assim. Eu estou me experimentando sozinho, eu quero me exercer, eu falei isso em algumas entrevistas. de agora, nesse um quarto de vida que dá-me resta, é ser dono de mim mesmo. Acho que isso é legítimo, né? Essa foi a decisão. E tem sido muito divertido. Eu compus mais, acho que me motivou muito a saída do Skank.  

Rosa ainda fala dos desafios do novo trabalho e diz que, apesar de serem poucos, sentiu grande ansiedade de como se sairia nesse processo. 

– Fora a minha grande ansiedade, de como eu iria me comportar, como seria a minha performance como compositor, tudo correu muito tranquilo. Por que eu fiquei com essa dúvida? Porque tinha muito tempo que eu não fazia um álbum inteiro de músicas inéditas.[…] Eu fiz uma, duas músicas para cada projeto. Mas álbum cheio eu tinha muito tempo que eu não fazia. Então a minha dúvida, a minha angústia era: Será que eu consigo ainda fazer um álbum inteiro de música inédita? – refletiu ele – Eu estava meio sem a prática, sem o traquejo, mas foi ótimo. 

O cantor diz que seguiu uma rotina para alcançar os objetivos:

– Eu me impus uma espécie de regime bem disciplinado, de compor todos os dias. Consegui compor 20 músicas [mas] a gente escolheu dez. A única surpresa que eu tive foi para o lado bom, que foi o grande entrosamento e a grande criatividade que eu vi nessa banda nova que eu estou tocando agora. Foi incrível. Eu descobri uma criatividade nesses caras, uma criatividade que eu não sabia que eles tinham; nos arranjos e tal. Tanto que eles são coprodutores do álbum comigo. Eu produzo e eles coproduziram… essa foi a grande surpresa. Uma surpresa maravilhosa. 

Samuel também conta suas referências para produzir os discos e as canções: 

– O disco foi muito autorreferente. Eu queria falar de questões cotidianas, de encontros amorosos ou não, o amor parental […] Enfim, achei que qualquer tema que estivesse fora disso ia ficar um pouco dissonante no álbum. O álbum [vai para esse] lado humano. A estética musical… É um disco um pouco mais brasileiro, né? Não é um disco de estúdio, de beat, de computador. É um disco, né? Feito ele ali aos modos que a gente fala, bem raiz, né, com a banda gravando dentro do estúdio. Eu acho que é um disco bem ensolarado. No quesito estético, eu acho que é um disco híbrido. Tem essas vertentes, diferentes vertentes, que é a marca do meu trabalho como compositor no Skank. 

Apesar da indústria musical afetar muito as decisões dos artistas atuais, ele relata que não abandonou suas raízes, e produziu como sempre fez: 

– Eu sou de uma outra época, né, então felizmente, eu ainda gosto de banda, com música de introdução […] Ainda que hoje tenha o negócio do skip, do TikTok, tudo é muito rápido, frenético, ansioso… Eu não sei fazer música assim, então fiz do meu jeito, da minha maneira, dos modos que eu sei fazer música […] Acreditando que ainda haja uma fragmentação no mercado fonográfico, que eu acho benéfico. 

O artista diz que não cederá a essa pressão e continuará a lançar os trabalhos de forma moderada, pois sente que as pessoas dão mais atenção aos lançamentos quando ocorrem calmamente. Além disso, ele disse que nenhum artista consegue acompanhar o que o mercado cobra, pois para ele, é necessário viver coisas novas para poder escrever coisas novas, se não: É mais do mesmo. 

Dessa forma, Samuel diz que não dá para abandonar sua antiga versão [do Skank] e a nova, e que não adianta brigar com essas partes, pois é necessário achar um equilíbrio: 

– Não adianta eu brigar comigo mesmo, eu era o compositor do Skank, o majoritário, e agora , o que eu queria era me exercer, e me exercendo, alguma coisa vai remeter [ao Skank]. Durante o processo, eu não pensei em ser diferente do Skank […] se essas diferenças viesses a aparecer, que viessem nas nuâncias, durante o processo, de forma sutil. Até porquê eu ainda toco Skank. […] Não é minha urgência agora [se afastar o estilo antigo], eu queria só compor, só virar a chave, música nova… eu estava ansioso para cantar músicas novas. […] Vou defender para sempre o Skank, até porque foi algo que eu escrevi e pretendo conservar para sempre. 

Por fim, dá um leve spoiler de como será a turnê do novo álbum e diz que vai misturar a novidade, com clássicos do Skank e colaborações que fez no decorrer da carreira, como a parceria com o Paralamas do Sucesso, Vitor Kley e muito mais. Além disso, um disco vinil está previsto para ser lançado a qualquer momento, para lembrar o passado. 

E aí, ficou ansioso para as próximas novidades do artista e para a carreira solo que ele vai construir? 

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