Vasculite: Entenda a doença que afeta a saúde de Ashton Kutcher
contou que, anos atrás, passou mal e teve que ser internado, sendo diagnosticado com vasculite, uma doença autoimune que o deixou incapacitado de enxergar, de falar, de escutar e de andar por um tempo.
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Recentemente, em aparição em um episódio de “Running Wild with Bear Grylls: The Challenge”, da National Geographic, o ator, pela primeira vez, falou publicamente sobre a doença.
“Há dois anos, eu tive essa forma estranha e super rara de vasculite, que, tipo, derrubou minha visão, minha audição, meu equilíbrio”, relatou.
Em entrevista ao OFuxico, o neurocirurgião e neurologista Dr. Wanderley Cerqueira de Lima, que atua no Hospital Albert Einstein e na Rede D’Or, esclareceu os principais detalhes sobre a vasculite, condição que afetou a saúde do ator.
A vasculite é uma doença inflamatória rara que acomete os vasos sanguíneos, principalmente as artérias do organismo. “A vasculite pode acometer vários órgãos, inclusive o cérebro, articulações, coração, músculos e cada órgão atingido por uma vasculite vai levar a uma manifestação no paciente”, esclarece o doutor.
Segundo o neurocirurgião e neurologista, existem dois tipos de vasculites, a primária e a secundária. “A vasculite primária pode acometer pacientes saudáveis, que não tem histórico de doenças. Já a vasculite secundária acomete pessoas que foram diagnosticadas com alguma doença, como lúpus eritematosos”, explica.
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Em relação aos sintomas mais comuns apresentados pelos pacientes, ele afirma: “Os sintomas mais comuns são febres, fraqueza e cansaço mal-estar, perda de apetite, emagrecimento repentino e sudorese”.
O médico ressalta que a causa das vasculites é desconhecida, porém existem alguns fatores de risco conhecidos que podem aumentar o desenvolvimento da doença.
“A causa das vasculites é desconhecida. Alguns tipos estão relacionados com a composição genética de uma pessoa. Outros, resultam do sistema imunológico que ataca as células dos vasos sanguíneos saudáveis, como uma doença autoimune. Outros casos, são derivados de uma reação alérgica a algum tipo de medicamento”, diz.
“Existem alguns fatores de risco conhecidos, que aumentam o risco de desenvolvimento de alguma vasculite como: causa genética ou hereditária, doenças do sistema imunológico, estilo de vida desregrado, infecções como hepatite B ou C, idade e medicações”, completa.
Além disso, ele afirma que o gênero também é um fator que pode interferir no desenvolvimento da vasculite. “Alguns tipos de vasculite são mais frequentes em sexos específicos, por exemplo, a arterite de células gigantes é muito mais comum em mulheres, enquanto a doença de Buerger é mais comum em homens”.
Para ter o diagnóstico das vasculites, o Dr. Wanderley evidencia a importância da realização de exames de imagem e de sangue. “Os exames como tomografia, ressonância magnética e angioressonância ajudam muito no diagnóstico. Mas o exame mais importante é uma arteriografia cerebral, ou arteriografia dos outros órgãos acometidos”.
“Como essa doença acomete artérias de pequeno calibre, ela vai ocasionar alterações ou na pele, ou no cérebro, ou nos rins, ou no pulmão ou até mesmo no intestino. Dos exames de sangue que são importantes quando se suspeita de arterite, é fundamental fazer o estudo PCR (proteína C reativa) e velocidade de hemossedimentação que ficam muito, muito alterados, embora esses não sejam exames específicos, ajudam bastante”, acrescenta.
O especialista também faz questão de alertar sobre a importância do diagnóstico preciso e precoce da vasculite: “O diagnóstico da vasculite tem que ser preciso, precoce, para uma pronta adoção de medicações terapêuticas para ter um aumento da taxa de sobrevida, da qualidade de vida do paciente e não levar a uma manifestação fatal. Então, vasculite é um diagnóstico geral que acomete vários órgãos do organismo”.
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O neurocirurgião e neurologista destaca que a vasculite não possui cura, mas, diante do diagnóstico, é possível utilizar algumas medicações.
“Quando se tem um diagnóstico de vasculite das mais variadas causas infecciosas, ou não infecciosas, para o tratamento é fundamental a utilização de corticoides que podem ser usados em doses diárias, em menores doses, ou em altas doses, que nós chamamos pulsoterapia”.
“Também podem ser usados agentes chamados citotóxicos, entre eles, há a ciclofosfamida, ou por via oral, ou por via venosa. Em muitos casos, na vasculite, dependendo do órgão acometido, ou da gravidade, pode ser feita uma limpeza desses complexos antígenos e anticorpos que nós damos o nome de plasmaférese. Você tira esses antígenos e depois reintroduz novamente o plasma no paciente. Ainda não existe cura para a vasculite.”, detalha.
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